Parece bem.. até parece rústico, rural, antigo e castiço...mas olhando mais de perto.. parece mal, muito mal. Vejamos de perto (não de cima dela, livra!)
Pois é. A Velha Ponte dos carros não aguenta muito mais e um dia a "casa cai". Não se diga que foi por falta de avisos, chamadas de atenção e alertas. Quem por lá passa todos dias muitas vezes nem tem consciência do perigo, contudo ele está lá, tal como as promessas de que "tudo tem solução menos a morte" à bela maneira do conformismo do povinho.
Bolas pá! Choram por tudo: Ou é porque a água passa por cima da ponte, ou porque não passa e agora até arranjam fotos de que a ponte está a descair e toda rachada, um perigo para a segurança dos utilizadores! Irra pessoal que não se cala!
E não calamos mesmo e insistimos: onde estão as prometidas obras após os estudos? Onde está a segurança das pessoas? Quem é MORALMENTE responsavel se a ponte cair? É que pode não estar ninguém lá a passar na altura, mas as vias ficam separadas: cada um para seu lado... ferryboats? Cacilheiros? Como se faz a ligação ao resto do mundo?
Na verdade a ideia de um aeroporto não esteve mal. Mas esta gente merece isso? Esta gente mereceu alguma coisa além de promessas e festinhas para angariação de votos?
Grândola preocupa-se com esta aldeia desde quando? Só para ir buscar as urnas de voto... Façam-se rotundas, enfeitem-se canteiros, arranquem-se árvores, sejam pronunciados grandes discursos, mas na Vila. O resto é paisagem...
A verdade é que pouco ou nada mudou: de cinzento para colorido e as mesmas condições. Chamam-lhes os "minodependentes" porque a Mina lhes dava tudo e depreciam-nos assim. Esquecem-se de uma coisa tão ínfima: eles também deram TUDO à Mina! Fica a questão: e quando (já não se pergunta "se") a Ponte cair?
Lá fora a chuva cai...
Pegadas enlameadas trilham as ruas não asfaltadas. Agora é diferente de há uns anos atrás, agora TODA a gente pode usar botas de borracha, não estão apenas reservadas aos filhos dos mineiros. Grande coisa que é a democracia!
Eles cantam que a Mina morreu... mas não: a Mina está mais viva do que nunca, e no mau sentido. A democracia vai passando como a brisa da tarde e nunca fica por aqui.
Um trabalho de Henrique Rodrigues (incluindo as fotografias tiradas no local) Dirigente do Bloco de Esquerda de Grândola