“Sexo, mentiras e golos”

Crise “oblige”, a dar uma no casamento e outra no funeral, não sendo pornográfico digamos que terá sido obsceno, primeiro uma forçada comunicação para defender o indefensável com toda uma séria de desculpas esfarrapadas, entre as quais o argumento da crise e o de querer manter a paz social, não há dúvida que a pressão dos média e o facto de querer agradar a gregos e troianos consegue destas coisas.

Mas se na primeira tirada os gregos levaram a melhor sobre os troianos, havia agora necessidade de reequilibrar as coisas para que as perdas não fossem demasiado grandes, o facto de estar longe demais logo serviu para justificar o injustificável, evitando desta forma uma presença incomoda, resolvendo as coisas com uma agradável presença espiritual, ficando desta forma gregos e troianos empatados em agrado.

Mudando do sexo para as mentiras ficámos hoje todos a saber que vamos começar amanhã a cortar nas despesas, o problema está precisamente em começar amanhã, desde que me conheço que vamos começar amanhã e porque não ontem ou hoje.

Se ainda ontem tivemos que adquirir mais um milhar e tal de novos veículos para a frota, passar mais uns quantos ilustres à reforma dourada e nomear mais uns tantos de tal para uns chorudos cargos públicos, ficava mal começar logo hoje a poupar, é assim como a viúva que não arranja logo novo marido no mês a seguir ao período de nojo.

Mas se de sexo e mentiras estamos nós fartinhos nestes últimos anos e já nem estranhamos, aquilo que nos vinha faltando como pão para a boca eram golos e eles aí estão, aconteceram hoje, nada mais, nada menos do que sete, aos 29 minutos Raul Meireles, aos 53 Simão, 56 Hugo Almeida, 60 Tiago, 70 míssil de Liedson, aos 87 golo de pescoço de Ronaldo e a fechar a contagem ao cair do pano mais um tento de Tiago, viva a nossa selecção bacalhau com todos e não venham cá falar mais em ketchup.

Só espero que a cabazada que demos aos troianos, perdão aos coreanos, não nos tenha deixado de cabaz vazio e que ainda consigamos até ao final do campeonato, com mestria e sem vitórias morais ou espirituais, reequilibrar as coisas e ir aviando da mesma forma todos os gregos que se nos atravessarem pela frente.
Anónimo a 22 de Junho de 2010 às 00:23

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