JUNTAR FORÇAS POR GRÂNDOLA

Março 08 2010
 
Estou a pensar nesta lengalenga do Dia da Mulher...
A pensar tanto que me apetecia escrever um tratado sobre isso, consciências pesadas e meninas aproveitadoras.
Não sou daquelas que diz que gosta muito de ser mulher, nem das que se vitimizam porque o são. Mas sou-o... e isso não alteraria. O que me irrita é esta descriminação pela "positiva" (deixa-me rir): Pois coitadinhas, tantos anos atrofiadas, espartilhadas real e metafóricamente, há que ser "tolerante", outra palavra que adoro, dar-lhes uma colher de chá e enganá-las porque elas são muito mais (em número) do que nós homens, parir Leis da Paridade, ainda assim não se virem completamente contra nós e isso seria politicamente incorrecto, etc, etc.
Pois bem, factos são factos: o Dia do Homem não existe, mas devia passar a existir: teriam apenas um dia por ano como nós e os restantes seriam de todos em geral e de ninguém em particular, que tal? Que tal deixarmo-nos de "piedadezinhas" à Zézé Camarinha e vivermos o que realmente somos? Que tal meninas, deixarmos de ansiar por "aquele presentinho" só porque hoje é o "nosso" dia e irmos trabalhar TODOS os dias?
As mulheres são deusas, fadas do lar, mães, irmãs? Há séculos que disso toda a gente sabe!
Não me venham com ocos discursos sobre o "valor social da Mulher" quando nos obrigam a assinar um papelinho dizendo que não vamos engravidar nos próximos 3 anos se quisermos este ou aquele emprego, ou coisas do género! Poupem-nos a essas deslealdadezinhas da treta.
Realmente deveria usar uma linguagem muito mais elaborada, rebuscada, académica...mas... para quê?
Este discurso interessa a alguém? Eu sei que apenas no séc.XIX nos foi permitido entrar em bibliotecas sem acompanhante masculino, eu sei que a Inglaterra primeiro aprovou os Direitos dos Animais e só depois os das mulheres, apesar da Rainha Vitória ter sido mulher ao que consta... eu sei muitas coisas sobre isto de ser mulher, mas não digo! Aventurem-se neste mundo desconhecido que todos pensam de experiência conhecer... se nem nós nos conhecemos a nós mesmas!
Agora SER com dia marcado no calendário E POR DECRETO é uma ofensa, um ultrage e mais uma a juntar a tantas.
Dia da Mulher, Dia dos Namorados e afins são datas  meramente comerciais e ponto final. Aproveite quem tiver feitio para isso: gastem em prendas para sossegarem as consciências e já agora há hoje bares e discotecas que oferecem "strips", vamos lá!
O Dia da GAJA é uma vergonha para a HUMANIDADE...
 
Josefina Batista
publicado por Bloco Grandola às 22:24

“Habemus PECD”

Como me dizia amiúde um amigo que veio do Brasil a propósito da evolução da situação económica no nosso país “aquilo que aqui se está a passar já eu vi acontecer há muitos anos no Brasil”, mas tal discurso passava-me um pouco ao lado, pois a realidade que ele me relatava era distante e desconhecida.

Uma outra peça do puzzle chegou com a eleição do presidente Lula da Silva e quando ele afirmou que o seu principal objectivo era o de que “cada brasileiro pudesse ter direito a duas sopas quentes por dia”, parece estranho para nós, mas faz muito sentido quando a maior parte da população passa fome e melhor que ninguém este homem tinha essa consciência.

E apesar da distância e da estranheza das várias peças do puzzle aquilo que eu retivera na memória é que a classe média que era o suporte da economia naquele país foi perdendo poder de compra e a redistribuição da riqueza foi cavando um fosso enorme entre ricos e pobres, onde me contava o meu amigo que o salário de um CEO chegava a ser 1.000 vezes o de um trabalhador e não me enganei em nenhum zero.

Tudo isto deu origem ao aumento da criminalidade e ao recrudescer da economia paralela - onde ambas andam sempre de braço dado - em proporções gigantescas e com enormes percas para o aparelho do estado, mas fomentado por quem actua à margem da lei e com isso obtém enormes ganhos.

Este percurso está de certa forma a ser invertido por este presidente, mas foi segundo o meu amigo um caminho doloroso que levou à quase destruição da classe média e à fuga de muita da receita do estado para os mercados paralelos por via da destruição desta massa de contribuintes que gerava grande parte da receita pública.

É por isso que ele me dizia que “o pessoal aqui anda um pouco adormecido com essa história da economia da Grécia, mas o verdadeiro perigo é que eu vejo que está a acontecer aqui o mesmo que aconteceu ao Brasil no passado”, e cujas sequelas apesar do enorme esforço de recuperação, ainda hoje persistem em grande escala.

Este cenário que ele me relatava não fazia grande sentido para mim, mas começa agora a fazer quando observo o aparecimento de algumas formas de criminalidade até aqui desconhecidas, o crescimento da economia paralela para proveito de alguns, a aprovação de medidas de redução de protecção social, tudo em desfavor da tal classe média e contidas no salvador Plano de Estabilidade e Crescimento das Desigualdades.
Anónimo a 9 de Março de 2010 às 00:38

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